Dicas de saúde vocal
12 de fevereiro de 2019
Não aconselhado para a voz
12 de fevereiro de 2019
- Nódulos vocais:


São lesões bilaterais das pregas vocais decorrentes de abuso e mau uso vocal. Ocorrem geralmente em mulheres, meninos e profissionais da voz. São popularmente conhecidas como “calos”. Os sintomas principais são rouquidão e cansaço vocal. São lesões muito frequentes em algumas categorias profissionais como professores, vendedores e operadores de telemarketing. O tratamento de escolha é a terapia fonoaudiológica, porém a absorção dos nódulos depende da dedicação do paciente aos exercícios orientados e da modificação do comportamento vocal inadequado. Quando o paciente se envolve adequadamente no processo terapêutico e se dedica aos exercícios e à modificação dos comportamentos vocais danosos e engloba hábitos mais saudáveis à sua rotina, o resultado terapêutico tende a ser satisfatório. Cirurgia para retirada de nódulos vocais só deve ser indicada em último caso, quando a fonoterapia não conseguir reverter o quadro ou se tratarem de nódulos fibrosados. Apesar do nome “nódulos” estar frequentemente associado a lesões cancerígenas, os que ocorrem nas pregas vocais são desenvolvidos após o mau uso e ou abuso vocal e não evoluem para um câncer.


- Pólipo vocal:


É uma lesão de massa, que pode ser de tamanho e coloração variada e que tem origem no trauma vocal. Geralmente é unilateral, mas podem aparecer outros pólipos nas pregas vocais. São mais frequentes no sexo masculino entre 30 e 50 anos. Podem ocorrem em um evento único (exemplo: gritos durante uma partida de futebol) e fatores como fumo, alergia e refluxo faringo-laríngeo podem contribuir para sua formação. A pessoa geralmente apresenta rouquidão, ar na voz (soprosidade) e flutuação na qualidade vocal. O tratamento dos pólipos vocais geralmente é cirúrgico, porém a fonoterapia é indicada nos momentos pré e pós-cirúrgico. Na fase pré-cirúrgica, o objetivo é auxiliar na regressão do edema do pólipo, reduzindo-se a área da intervenção cirúrgica. Tratamento fonoaudiológico pode ser indicado na fase pós-cirúrgica.

- Edema de Reinke:


Corresponde a um “inchaço” crônico das pregas vocais geralmente associado ao fumo. Acontece em adultos geralmente na faixa etária entre os 45 e 65 anos. Ocorre nas duas pregais vocais, podendo ser maior em uma delas. Frequentemente há associação de uso intensivo da voz, abusos vocais e tabagismo. Refluxo laringo-faríngeo e hipotireoidismo podem estar presentes. As principais características vocais são rouquidão e voz grave (“grossa”), o que faz com que algumas vozes femininas possam ser confundidas com masculinas. O tratamento é cirúrgico e fonoterápico.

- Leucoplasia:


São placas brancas nas pregas vocais que parecem “camadas de gesso”. Podem aparecer em uma ou em ambas as pregas vocais em pontos isolados ou comprometer uma área mais extensa. Ocorrem principalmente após os 40 anos mais comumente no sexo masculino. Deve ser investigada o mais breve possível, pois pode se tratar de uma lesão pré-cancerígena. A voz pode se apresentar mais aguda e áspera.

- Sulco vocal:


Corresponde a uma depressão na prega vocal variável em extensão e profundidade. Quanto mais extensa e mais profunda for a lesão, maiores serão os distúrbios de voz. São lesões de nascença geralmente bilaterais. A voz apresenta frequentemente aspereza e soprosidade em graus diversos. O tratamento é fonoterápico com objetivo de melhora da qualidade vocal, mas em alguns casos a cirurgia com implantação de material específico pode ser indicada pelo médico otorrinolaringologista.

Cisto:


É uma lesão que apresenta abaulamento dentro da prega vocal. Geralmente é unilateral. Os cistos podem ser de diferentes tamanhos e profundidade e podem estar localizados em partes distintas das pregas vocais. A qualidade vocal vai depender da localização e tamanho do cisto, mas geralmente rouquidão, soprosidade (ar na voz) e voz com dois tons podem estar presentes. De acordo com a avaliação otorrinolaringológica, o tratamento pode ser cirúrgico. Fonoterapia também é indicada.

Ponte mucosa:


É um alça de mucosa geralmente unilateral com largura e extensão variáveis. Pode causar aspereza vocal e pode existir outra lesão associada na prega vocal oposta (pólipo, edema, etc.). As pontes são difíceis de serem diagnosticadas, muitas vezes sendo apenas observadas durante uma microcirurgia de laringe de lesões associadas.

- Vasculodisgenesias:


Alterações vasculares congênitas que apresentam-se em forma de varizes nas pregas vocais. Podem ter calibres, extensões e trajetos variáveis. Comumente estão associadas a outras lesões como sulcos e cistos vocais. A qualidade vocal apresenta geralmente aspereza e soprosidade (ar na voz). O tratamento fonoterápico é indicado para melhora da qualidade vocal. Em alguns casos, o médico otorrinolaringologista pode indicar cirurgia.


- Paralisia de prega vocal:


Acontece por lesão no X par craniano (nervo vago) ou de suas ramificações. Pode haver grande variedade dos sintomas, que irá depender do acometimento de uma ou de ambas as pregas vocais e a posição em que ocorre a paralisia. As causas podem ser lesões no nervo vago decorrentes cirurgia de tireoide ou cirurgias na região cervical, acidente vascular encefálico (derrame), traumas e tumores. Algumas causas podem ser desconhecidas, mas precisam ser investigadas. Pode ocasionar distúrbios da voz, respiração e da deglutição. As principais manifestações vocais são: rouquidão, aspereza, soprosidade (ar na voz), fraqueza e cansaço vocal. As pessoas que tiveram paralisia de prega vocal devem procurar atendimento otorrinolaringológico e fonoaudiológico o mais breve possível, logo após o ocorrido. O objetivo destes atendimentos é tentar diminuir os sintomas apresentados e tentar recuperar o movimento da prega vocal, mesmo que parcial.

- Granuloma:


Corresponde a lesão na parte posterior das pregas vocais de origem multifatorial. Pode ser decorrente de desvios do comportamento vocal, trauma de entubação, refluxo laringo-faríngeo e acidentes que atinjam o pescoço. Pode estar associado ao fumo, consumo de bebida alcoólica e refluxo faringo-laríngeo. Por encontrar-se na parte posterior da prega vocal (parte respiratória) pode não ter nenhum impacto vocal, mas a pessoa pode se queixar de “bolo na garganta”, sensação de corpo estranho na garganta, pigarros constantes e dor para engolir ou falar. O tratamento otorrinolaringológico pode ser clínico ou cirúrgico e a fonoterapia pode ser indicada.

A voz é produzida pela vibração das duas cordas vocais localizadas na laringe. Mas para haver vibração é necessário que passe pelas cordas vocais uma coluna de ar vinda dos pulmões na expiração. As cordas vocais, que na respiração estavam afastadas uma da outra, vão-se aproximar e é a passagem do ar entre elas que provoca a vibração da mucosa e a produção de som.